19º Congresso do Departamento de Pressão Arterial da SBC

Dados do Trabalho


Título

INTERNAÇÕES POR HIPERTENSÃO ARTERIAL ESSENCIAL E PANDEMIA DE COVID-19: CENÁRIO NORDESTINO

Introdução e/ou Fundamento

A hipertensão arterial (HA) é uma enfermidade crônica, sendo a maioria dos casos de origem idiopática, conhecida também como hipertensão essencial, que tem sido uma das comorbidades mais importantes que contribuem para a morbimortalidade cardiovascular. Analisar o perfil epidemiológico das internações por hipertensão primária na região Nordeste do Brasil no período de 2018-2022.

Métodos

Trata-se de um estudo observacional do tipo transversal, de abordagem quantitativa e descritiva, com dados coletados no período pré-pandêmico (2018-2019) e pandêmico (2020-2022). A análise foi baseada em dados disponibilizados pelo Sistema de Informações Hospitalares (SIH/ SUS) na plataforma digital DATASUS. Foram avaliados os dados da região Nordeste com as variáveis de número de internações, óbitos, taxa de mortalidade, gasto total e permanência média.

Resultados

No período analisado foram 86.439 casos de internações hospitalares por HA na região Nordeste do Brasil, correspondendo a 38,8% das internações totais no país. O estado com o maior número foi o Maranhão com 36.680 (42,2%), já o menor foi o Rio Grande do Norte com 803 (0,9%). Além disso, o ano de 2018 apresentou o maior número, com 21.781 internamentos, seguido de 2019 com 20.074, apresentando uma redução significativa a partir de 2020 com 14.373, 2021 com 14.725 e 2022 com 15.486. Em relação ao número total de óbitos, o ano de 2018 expressou 352 óbitos e 2019 361, decaindo para 248 em 2020, 264 em 2021 e retornando a subir em 2022 com 275, somando um número total de óbitos de 1.500, o que corresponde a 39,6% dos óbitos totais do país por HA do período. O estado da Bahia foi o que expressou o maior número de óbitos, totalizando 668 (44,5%). Observou-se que a permanência média em dias nas instalações do SUS, no Nordeste, foi de 4,7 dias, maior que a média nacional de 4,1 dias, havendo uma queda durante o período pandêmico. Analisando a mortalidade, tem-se taxa de 1,74% na região Nordeste, sendo maior que a taxa nacional de 1,70%. Além disso, observou-se que foram gastos 31.572.706,25 com internamento por HA no período.

Conclusões

Conforme se depreende, no Nordeste houve uma diminuição no número de internações, óbitos e tempo médio de internamento, relacionado à HA durante o período pandêmico. Apesar da redução, essas variantes sobressaem ao restante do país, em que constitui-se um desafio no contexto da saúde pública, demandando atenção devido ao elevado risco associado ao desenvolvimento de eventos cardiovasculares e seu alto custo à saúde pública.

Área

Hipertensão

Autores

Djaine Haila Silva Rocha, Manuella Teles Fernandes de Lima, Maira Akari Nouchi, Karen Cristiane Pereira de Morais