Dados do Trabalho

Título

Adesão ao tratamento e valores da pressão arterial em pacientes com hipertensão arterial: estudo de coorte

Introdução e/ou Fundamento

A hipertensão arterial (HA) é uma condição crônica caracterizada pelos valores da pressão arterial (PA) elevados e sustentados. O controle adequado da HA depende da combinação do acompanhamento dos valores da PA com adesão rigorosa ao tratamento medicamentoso e não medicamentoso. Assim, este estudo teve o objetivo de avaliar a adesão ao tratamento e os valores da PA, obtidos pelos métodos auscultatório e oscilométrico, em uma coorte de pacientes com HA.

Métodos

Estudo observacional, do tipo coorte, realizado na coordenadoria de desenvolvimento familiar (CDFAM), unidade de atenção primária à saúde, na cidade de Fortaleza-CE, no período de dezembro 2022 a agosto 2023.A amostra inicial incluiu 70 participantes com diagnóstico de HA que realizavam consultas médicas e de enfermagem com frequência, em geral, a cada 3 meses, totalizando 4 consultas no período do estudo. De forma complementar, as pacientes eram avaliados e orientados sobre cuidados de saúde pela equipe da pesquisa em cada consulta. A taxa de faltas em cada consulta foi: 2ª=10%; 3ª=35,71%; e na 4ª=44,2%. Foram coletados dados sobre caracterização sociodemográfica como sexo, idade e escolaridade; clínicos como peso, altura para obtenção do Índice de massa corporal (IMC); e de adesão ao tratamento medicamento pela escala de 4 itens de Morisky e Green. Os valores da pressão arterial sistólica (PAS) e diastólica (PAD) foram obtidos pelo mensuração da PA pelos métodos oscilométrico e auscultatório, de forma triplicada, em cada consulta. O estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Federal do Ceará (UFC) sob o número: 5.769.427.

Resultados

A maioria é do sexo feminino (64,3%), idade média 60,99 anos, ensino primário incompleto (78%) e tem obesidade grau I (31,4%). Segundo a classificação de adesão, no início do estudo, 60% dos participantes apresentaram comportamento de adesão intermediaria e 31,1% de alta adesão. No final do seguimento, 48,8% apresentaram comportamento de adesão intermediaria e 41,9% de alta adesão. Os valores médios de PAS/PAD obtidos, em cada consulta, pelo método oscilométrico, foram 1ª=156/87 mmHg; 2ª=143/79 mmHg; 3ª=142/77 mmHg; e 4ª=138/74 mmHg. No auscultatório, as médias de PAS/PAD em cada consulta foram de 1ª=157/87 mmHg; 2ª=140/79 mmHg; 3ª=145/79 mmHg; e 4ª 137/75 mmHg. Houve redução das médias de PAS e PAD, respectivamente, entre a 1ª e 4ª consulta de 19 mmHg e 11 mmHg para o método auscultatório e 17 mmHg e 12 mmHg para o oscilométrico.

Conclusões

No início do estudo, os participantes apresentaram adesão medicamentosa indesejada e valores de PA elevados similares pelos dois métodos de medição. Ao final do seguimento, houve aumento do número de participantes com alta adesão ao tratamento e redução dos valores médios de PA. Por tanto, conhecer a adesão ao tratamento e acompanhar os valores da PA a longo prazo são fundamentais no manejo da HA, pois possibilita o monitoramento e a avaliação do tratamento e, consequentemente, ajudam a prevenir complicações graves.