Dados do Trabalho
Título
Relato de caso de mutação do Fator V de Leiden com trombo extenso em átrio direito na vigência de anticoagulação.
Introdução e/ou Fundamento
Apresentamos o caso de um paciente com mutação do Fator V de Leiden (FVL) em heterozigose que apresentou trombo extenso em átrio direito (AD) na vigência de anticoagulação com rivaroxabana.
Homem, 26 anos, deu entrada no departamento de emergência com quadro álgico em ambos membros inferiores iniciado 4 dias antes. Ultrassom Doppler de membro inferior esquerdo com presença de tromboflebite de veia safena magna e trombose venosa profunda (TVP) na veia femoral comum, poplítea e tibiais posteriores. Antecedentes: portador de mutação do FVL em uso regular de rivaroxabana 20mg/dia, 3 episódios prévios de TVP com o primeiro episódio aos 16 anos de idade e um episódio de Tromboembolismo Pulmonar (TEP), trombectomia de eixo cavo-ilíaco com implante de stents em veias femorais bilateralmente e filtro de veia cava inferior. Realizados ecocardi¬¬ograma transtorácico que evidenciou imagem ecogênica em átrio direito (AD) e em seguida ressonância magnética cardíaca com trombo em AD de contornos irregulares, com 50 x 39 mm e base larga localizado próximo à desembocadura da veia cava superior, causando insuficiência tricúspide. Devido à extensão e obstrução ao fluxo tricuspídeo com gradiente máximo de 15 mmHg, foi indicada trombectomia. Realizado procedimento cirúrgico sem intercorrências. Reiniciada anticoagulação com enoxaparina como ponte para varfarina.
Métodos
Relato de caso com revisão de prontuário e da literatura.
Resultados
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A mutação do FVL é o defeito genético mais frequentemente envolvido na etiologia de eventos tromboembólicos venosos (TEV) e sua ocorrência em heterozigose aumenta em três a oito vezes o risco de TEV. Paciente estava em uso de rivaroxabana de forma regular, no entanto, houve formação de trombo gigante em AD. Estudos são mais incisivos em ressaltar que a anticoagulação seja feita com varfarina no contexto da mutação do FVL, porém e¬studos de menor porte defendem o uso de anticoagulantes orais diretos.
Conclusões
A investigação etiológica, bem como a escolha adequada do anticoagulante deve ser feita rotineiramente em pacientes com trombos gigantes em cavidades cardíacas.
Área
Cardiologia
Categoria
Relato de caso
Autores
Júlia Galvani Nobre Ferraz, Karolyne Moura Rique Dressler de Espíndola, Rafael Domiciano, André Feldman, Guilherme D Andrea Arruda, Flávia Renno Troiani, Vinícius Santiago de Lima, Andreia Dias Jerônimo, Andreia Dias Jerônimo, Luiz Felipe Porrio de Andrade, Luiz Felipe Porrio de Andrade