Dados do Trabalho
Título
A IMPLANTAÇÃO DE UM PRONTO SOCORRO CARDIOLÓGICO E SUA IMPORTÂNCIA NA EFICIÊNCIA DO TRATAMENTO DA SÍNDROME CORONARIANA AGUDA COM SUPRADESNIVELAMENTO DE ST
Introdução e/ou Fundamento
A dor torácica é queixa frequente nas unidades de emergência e cerca de 25% são por síndrome coronariana aguda (SCA). A maioria das mortes por SCA ocorrem nas primeiras horas de sua apresentação, portanto, o atraso no diagnóstico e no tratamento pode aumentar sua morbimortalidade. A intervenção coronária percutânea (ICP) é a estratégia de reperfusão preferencial, especialmente se iniciada em até 90 minutos do diagnóstico de SCA com supradesnivelamento de ST (SCACSST). Portanto para o manejo adequado é necessário um fluxo bem estruturado e profissionais treinados para o pronto diagnóstico e tratamento.
O objetivo do trabalho é avaliar o impacto da implantação de um pronto socorro (PS) cardiológico, dentro de um PS geral, em relação ao tempo porta-balão (TPB)
Métodos
Estudo observacional, retrospectivo, através da análise de banco de dados do Hospital São Luiz São Caetano do Sul. Foram incluídos todos os pacientes atendidos por SCACSST e submetidos a coronariografia de emergência com o TPB de até 90 minutos no período de outubro de 2019 a setembro de 2021.
Compararam-se os resultados dos atendimentos de 2 grupos, sendo o GRUPO 01: pacientes atendidos nos 12 meses que antecederam a implantação do PS cardiológico e GRUPO 02: pacientes atendidos nos 12 meses subsequentes ao início das atividades do PS cardiológico.
Para comparar idade por grupo foi utilizado o Teste T, para comparar as demais variáveis o teste Qui-Quadrado e, quando necessário, o teste Exato de Fisher. Foi utilizado um nível de significância de 5% (p-valor < 0,05).
Resultados
Foram analisados 32 pacientes, com a média de idade 53,4 (±12,1) anos, sendo 71,9% do sexo masculino. Não se observou diferença significativa, entre os grupos, na média de idade, distribuição por gênero e antecedentes de diabetes ou infarto agudo do miocárdio. Foram atendidos 16 pacientes em cada grupo. No grupo 01, 37,5% apresentaram TPB menor ou igual a 90 minutos. Este percentual foi significativamente maior (93,8%) no grupo 02 (p=0,008). Não houve diferença estatisticamente significativa, entre os grupos, em relação a tempo de internação, disfunção ventricular e óbito.
Conclusões
O tratamento precoce do SCACSST é um dos principais fatores de prognóstico. Assim, observamos que a implantação do PS cardiológico com atendimento eficaz e profissionais treinados resultou em melhores resultados no tempo porta-balão dos pacientes e com possível influência positiva no prognóstico destes pacientes
Área
Cardiologia
Categoria
Estudo observacional
Autores
Júlia Galvani Nobre Ferraz, Karolyne Moura Rique Dressler de Espíndol, Flávia Renno Troiani, Vinícius Santiago de Lima, Rafael Domiciano, Guilherme D Andrea Saba Arruda, André Feldman, Bruno Gallindo, Débora Lisboa