19º Congresso do Departamento de Pressão Arterial da SBC

Dados do Trabalho


Título

A prática religiosa como fator adjuvante na redução da VOP

Introdução e/ou Fundamento

A rigidez arterial é um dos preditores de risco para eventos cardiovasculares maiores (infarto do miocárdio, acidente vascular cerebral e insuficiência cardíaca) e um dos principais determinantes para a elevação da pressão central e da pressão de pulso, o que tem sido associado a uma maior morbi-mortalidade nos pacientes hipertensos, diabéticos, nefropatas crônicos e idosos. Maselko e col. publicaram em 2007 um estudo onde comparam a frequência religiosa com a medida de AL (“allostatic load”) (conceituada como uma medida da desregulação de múltiplos sistemas fisiológicos). Nesse estudo, a frequência, pelo menos semanal, a um culto religioso se associou positivamente com níveis mais baixos de AL em mulheres, mas não em homens. Esse resultado aventou a hipótese de que frequentar um templo religioso poderia modificar mecanismos de desregulação de sistemas fisiológicos, como no caso da pressão arterial, influenciando nos desfechos clínicos. Desenvolvemos, então, um estudo observacional sobre a influencia da prática religiosa nesse importante marcador de rigidez arterial.

Métodos

Foram analisados 33 pacientes atendidos na clínica cardiológica, sendo 15 homens e 19 mulheres, atendidos para avaliação de tratamento de hipertensão arterial. Durante a consulta o paciente respondia à seguinte pergunta: O Sr(a) tem alguma atividade religiosa regular, pelo menos 1 x/semana? Em seguida era realizado o procedimento de aferição da pressão central e VOP utilizando o aparelho ARTERIS da Cárdios, que usa 3 medidas da pressão periférica para realizar os cálculos, através de logaritmos próprios. Para análise estatística utilizamos o coeficiente de correlação pelo programa MedCalc® statistical software.

Resultados

No nosso estudo encontramos diferença estatisticamente significativa na VOP entre os frequentadores de um culto religioso em relação aos que não frequentavam, independente de sexo ou idade. (P<0.0001) e diferença na PSC (pressão sistólica central) com um P= 0,05, porém menos significativa.

Conclusões

Embora nosso n seja pequeno, o que é uma limitação do estudo, podemos verificar uma boa correlação entre a frequência a um culto religioso e uma redução nos marcadores de rigidez arterial. Futuros estudos com n maior, devem responder em definitivo essa pergunta.

Área

Hipertensão

Autores

Elizabeth do Espírito Santo Cestário, Marcela Eduarda Castelão, Tayane Cristina Carneiro Nunes, Vinicius Bogaz Debortolli, Wagner Moneda Telini