Dados do Trabalho
Título
Hipertensão resistente na gestante: um desafio a mais.
Introdução e/ou Fundamento
RELATO DE CASO - A hipertensão arterial resistente (HAR) é definida quando a pressão arterial (PA) permanece acima das metas recomendadas com o uso de 3 anti-hipertensivos de diferentes classes.
Métodos
Relatamos o caso durante a gestação e pós-parto.
Resultados
Gestante, 35 anos, 14 semanas (sem), feto único, maio/2022, veio do ambulatório de Cardiologia com diagnóstico de HAR e obesidade grau II. Uso de Metildopa 2g/dia e Hidralazina 25 mg/dia. Exames 2021: laboratório normal. Radiografia de tórax: alongamento de aorta. Monitorização Ambulatorial da Pressão Arterial (MAPA) - pressão arterial (PA) média de 191/123 mmHg. Ecocardiograma (ECO): fração de ejeção (FE) 65%, aorta (Ao) 3.7 cm, aorta ascendente (AOa) 4,3 cm e átrio esquerdo (AE) 3,8 cm com volume 40 m/m3, leve hipertrofia concêntrica, insuficiência aórtica (IAo) leve. Scan artérias renais normal. Conduta: Metildopa 3 g/dia e Hidralazina 50 mg/dia, ainda com níveis pressóricos altos. Apresentando palpitações, iniciado Metoprolol 50 mg/dia. Julho PA: 220/120 mmHg, iniciou Nifedipina Retard 40 mg/dia, Hidralazina 100 mg/dia e Metoprolol 100 mg/dia. MAPA média 134/94 mmHg em vigília, 132/90 mmHg ao sono. Normetanefrina plasmática 468 ug/24h, catecolaminas urinárias 864 ug/24h, renina 53.4 UI/ml. Diante da gestação, não foi continuada a investigação de Feocromocitoma (FEO). ECO/Agosto: FE 62%, strain global 11,1%, septo 1.2 cm, IAO moderada, insuficiência mitral leve, dilatação da Ao mantida. 28 sem, indicado internamento por picos hipertensivos, alta após 4 sem, faz a cesariana na 35° sem. Feto vivo normal. Voltou março/2023, em uso de Enalapril 40 mg/dia, Espironolactona 25 mg/dia, Hidralazina 50 mg/dia, Anlodipino 10 mg/dia, Metoprolol 1oo mg/dia e Metildopa 1000 mg/dia, PA: 240/160 mmHg. Março: suspensos Enalapril e Hidralazina, início de Olmesartana/HCT 40/25 mg, Metildopa 500 mg/dia. Maio: PA: 210/120 mmHg. Suspenso Olmesartana/HCT, início Sacubitril/Valsartana 100 mg/dia e Indapamida 1,5 mg, Metoprolol 100 mg/dia, alondipino 10mg/dia. 16/junho: PA: 180/110 mmHg. Titulado Sacubitril/Valsartana 200 mg/dia, mantidos demais. 23/junho: MAPA leve elevação diastólica no sono. Ressonância de abdome sem FEO, angiotomografia aorta torácica/coronárias: aneurisma de AOa sem trombos/dissecção, artéria subclávia direita aberrante em origem na aorta descendente comprimindo o esôfago, clínica com dor torácica compatível com disfagia lusória. Escore de cálcio 0. Atualmente assintomática.
Conclusões
Diagnóstico de HAR é um desafio e torna-se mais difícil na gestação. A meta pressórica deve ser o objetivo primário e doenças associadas devem ser valorizadas diante do binômio materno-fetal.
Área
Hipertensão
Categoria
Relato de caso
Autores
Sheyla Cristina Tonheiro Ferro da Silva, Carolina Basílio Lucchesi, Mariana Sattler Lima Medina, Joanne Conceição Martins Aragão Costa Dias, Laura Beatriz Ramalho Faro, Lucas Guimarães da Rocha, Hanna Vitória da Cruz Correia, Gabriela Sacramento Tenório Costa, Thaís Carvalho Vieira, Caroline de Souza Costa