19º Congresso do Departamento de Pressão Arterial da SBC

Dados do Trabalho


Título

HIPERTENSÃO ARTERIAL – ESTAMOS FAZENDO DIAGNÓSTICO E TRATANDO? – Análise de um dia de campanha

Introdução e/ou Fundamento

Dados da organização mundial de saúde revelam uma prevalência de hipertensão arterial sistêmica em torno de 34,9% em adultos. E, dados mais recentes tem previsão de 1,5 bilhão de hipertensos até 2025. Fatores genéticos e comportamentais, como idade, raça, histórico familiar, obesidade, dieta, sedentarismo e consumo de tabaco e álcool exercem papel fundamental na gênese dessa entidade clínica. Além disso os estudos demonstram que apesar dos hipertensos terem consciência da gravidade de sua doença, mais de 40% dos que recebem tratamento não controlam a pressão arterial em níveis satisfatórios.

Métodos

Estudo observacional, transversal, descritivo, de base populacional, amostra aleatória com informações coletadas em um dia de campanha em uma cidade do noroeste paulista, com um total de 315 participantes, sendo 177 mulheres e 138 homens. Variáveis analisadas: sexo, idade, peso, etnia; três aferições de pressão arterial (sistólica, diastólica e média), frequência cardíaca, pressão de pulso e suas respectivas médias; diagnóstico prévio de HAS e diabetes melitus, uso de medicações anti-hipertensivas; tabagismo e etilismo

Resultados

Média de Idade: Homens=53,99 +/- 15,57 Mulheres= 53,93 +/- 16,08(NS). Para comparação das médias das variáveis entre os sexos feminino e masculino, procedeu-se aos testes de comparação de média para variáveis independentes e não paramétricas. Pelo teste de Kruskal-Wallis a 5% de significância, observou-se que há diferença significativa para praticamente todas as variáveis, quando comparadas as médias entre ambos os sexos (p< 0,05). Pelo teste T, na análise da Pressão Arterial Sistólica (PAS) no grupo que referia não fazer uso de anti-hipertensivos, os homens apresentaram níveis pressóricos maiores (PAS homens= 135.28 mmHg +/- 17,52 e PAS mulheres= 124,20 +/- 24,82, com P=0,001). No grupo que referia uso de 1 ou 2 medicamentos anti-hipertensivos, homens e mulheres apresentaram PAS mais elevada (138,17 mmHg +/- 20,17) com os homens tendendo a ser mais elevado que nas mulheres. (P=0,02). No grupo que fazia uso de 3 ou mais fármacos anti-hipertensivos não houve diferença estatística nos níveis de PAS. Ambos apresentavam PAS mais controlada (134,34 mmHg +/- 15,64), sem diferença estatística entre os grupos (P=0,71). Na análise da Pressão arterial média, o grupo tratado com 3 ou mais fármacos apresentou PAM significativamente menor (PAM 1ou 2 fármacos= 98,62 mmHg +/- 14,50 e PAM 3 ou + fármacos= 94,90 mmHg +/- 11,06)

Conclusões

Apesar do n pequeno, podemos observar nesse estudo a presença de hipertensão arterial não diagnosticada e não tratada e nos hipertensos tratados um reduzido controle dos níveis pressóricos, sobretudo nos indivíduos fazendo uso de apenas 1 ou 2 fármacos, evidenciando a necessidade de políticas de saúde voltadas para atenção básica, reforçando diagnóstico precoce e tratamento eficaz, colocando os pacientes o mais rápido dentro das metas preconizadas.

Área

Hipertensão

Autores

Elizabeth do Espírito Santo Cestário, Beatriz Ferreira Garcia, Camila Hares Measso, Carlos Eduardo Martinez Dolci, Gabrielle do Espírito Santo Oliveira, Giovana Pretto Viana, Mariana Isac da Silva, Vitória Lio Morandin, Wagner Moneda Telini