19º Congresso do Departamento de Pressão Arterial da SBC

Dados do Trabalho


Título

Acidente vascular encefálico de etiologia isquêmica: um estudo epidemiológico no estado de Sergipe.

Introdução e/ou Fundamento

O acidente vascular encefálico (AVE) acomete 137 a 168 a cada 100.000 brasileiros por ano, é uma emergência médica intimamente relacionada com hipertensão arterial e causa lesão neurológica que evolui para incapacidade ou morte. Este trabalho analisou a relação entre AVE e hipertensão essencial (HA) com número de internamento/óbito no período de 2018 a 2022, no estado de Sergipe.

Métodos

Nosso estudo é uma análise epidemiológica retrospectiva e descritiva. Investigaram-se óbitos por doenças cerebrovasculares em pacientes com HA em Sergipe, de 2018 a 2022, com dados obtidos a partir do Sistema de Informações Hospitalares do Sistema Único de Saúde (SIH/SUS), considerando idade igual ou superior a 20 anos, diagnóstico de HA e tratamento, medicamentoso ou não, para controle da HA. Excluíram-se os indivíduos com HA secundária ou HA gestacional.

Resultados

Entre 2018 e 2022, o total de internações por AVE foi de 6167 e o percentual de óbitos foi de 23,7% (1464).
AVE e HA associados apresentaram 8458 internamentos e 1521 óbitos (2018-2022). Dentre os pacientes com AVE e HA, 632 apresentaram infarto cerebral, com percentual de óbito de 20,5% (130), de 2018 a 2022. Nossos achados mostram aumento nas internações por AVE de causa isquêmica (AVEi) e outras causas (AVE outros), principalmente após a pandemia de COVID-19, enquanto o número de internações por HA diminuiu, o que pode demonstrar falha no tratamento da hipertensão, levando a quadros mais graves na admissão do paciente. Quanto aos óbitos por AVE outros, houve um pico em 2020, com queda subsequente. Já o número de óbitos por AVEi caiu ao menor índice na pandemia e ficou em relativa estabilidade em 2020 e 2021, o que pode ser explicado por uma falha na classificação da triagem diante da sobrecarga do sistema de saúde na pandemia. Por fim, a queda na internação por hipertensão e o aumento no número de internações e óbitos por AVEi, em 2022, podem ser explicados por falha no tratamento da hipertensão e melhor classificação na entrada do paciente.

Conclusões

Com base nos dados, observa-se aumento nas internações por AVEi e queda nas internações por HA, o que demonstra lacunas no tratamento. Tendo em vista os óbitos por AVEi relacionados a HA, é essencial enfocar prevenção, diagnóstico precoce e manejo eficaz da hipertensão, a fim de reduzir a morbimortalidade dos infartos cerebrais.

Área

Hipertensão

Autores

Rubens Cleiton Andrade Santana, Eclésio Batista de Oliveira Neto, Sheyla Cristina Tonheiro Ferro Da Silva, Susan Soares De Carvalho